1 de setembro de 2010

Vila dos Operários estreia em Uberaba


Sábado 21 de agosto de 2010. Exatamente 313 dias após a primeira gravação, estreou o documentário Vila dos Operários. Por 38 minutos a platéia pode dividir conosco parte de nossa vivência com os moradores do Barreiro, acompanhando pelo telão o registro de histórias que captamos com a lente da câmera, colocando-a a disposição do que as pessoas queriam dizer . E durante quase três horas, todos compartilharam de uma tarde agradável, com música e cinema.

Antes da exibição, para entrar no clima e fazer as honras da casa, os músicos Marcelo Taynara, Luiz Salgado e Lília Fulô fizeram uma apresentação envolvente, poética e simples. Trazendo para o palco tudo que nos atraiu ao escolhermos suas canções para compor a trilha sonora de Vila dos Operários: originalidade, identidade, melodias e letras que cantam o sentimento de pertença. Eles se apresentaram em dois momentos, antes da exibição do primeiro documentário, e depois, para introduzir a segundo: Os Tambores de Treze de Maio.


A platéia manteve os olhos fixos na tela, durante a exibição do documentário do jornalista Tobias Ferraz. O filme, embalado pelo ritmo da congada, mostrou como esta tradição mantém unida uma comunidade negra, por meio de personagens conscientes de seu papel social, e engajados na luta pela preservação de um patrimônio cultural. Representando o documentarista, o responsável pelo argumento da obra, Marcelo Taynara (sim, ele está em todas...), deu um depoimento como participante do movimento congadeiro e cantou canções que remetem a manifestação.



No final das apresentações, apesar do pouco tempo reservado para debate dentro do anfiteatro, as discussões continuaram informalmente na saída. As principais indagações foram a respeito da atual situação dos moradores do Barreiro: quem saiu, quem ficou, quem foi parar na justiça...(tema para um outro post, quem sabe? ). Contudo, o que ficou claro em nossas conversas “pós-evento“, foi a idéia de que não há um consenso a respeito do que é certo ou errado na situação abordada (o que me deixa muito feliz). Quanto maior a diversidade de opiniões, maior é minha convicção de que nossa missão foi cumprida.



Vinícius Ribeiro, editor de imagens dos dois filmes, definiu bem o sentimento que prevaleceu nesse dia: resistência. Resistência dos “operários” do Barreiro, resistência do movimento congadeiro, resistência até das equipes que participaram dos dois filmes. Afinal, são meses trabalhando para montar preciosos minutos. Nossa parte foi feita. Agora o “Vila” é do mundo.
 
Texto: Marilia Cândido
Foto: Diego Aragão e Mateus Barros

Um comentário:

  1. Parabéns Michelle,parabéns Marília por Vila Dos Operários!Já que estou em quase todos mesmo,venho aqui mostrar minha adimiração por vocês,meninas.Bjs.

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